quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

“E eis que depois de uma tarde de “quem sou eu” e de acordar à uma hora da madrugada ainda em desespero - eis que às três horas da madrugada acordei e encontrei-me. Fui ao encontro de mim. Calma, alegre, plenitude sem fulminação. Simplesmente eu sou eu. E você é você. É vasto, vai durar. O que te escrevo é um ”isto”. Não vai parar: continua. Olha para mim e me ama. Não: tu olhas para ti e te amas. É o que está certo. Eu sou antes, eu sou quase, eu sou nunca. E tudo isso ganhei ao deixar de te amar. Escuta! Eu te deixo ser… Deixa-me ser também! O que te escrevo continua e estou enfeitiçada.” Clarice Lispector

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